NICO LARCAMÓN
Nicolás Ricardo Larcamón (La Plata, Argentina, 11/08/1984)
14 partidas (7 vitórias, 4 empates e 3 derrotas)
Nicolás Ricardo Larcamón (La Plata, Argentina, 11/08/1984)
14 partidas (7 vitórias, 4 empates e 3 derrotas)
Foi o segundo técnico argentino do Cruzeiro. Antes dele, Filpo Nuñez havia tido duas passagens pelo Cruzeiro em 1955 e 1972. Assim como Filpo Nuñez, Nicolás Larcamón também teve uma breve passagem. Porém, Nico contribuiu diretamente na mudança da característica de contratações do clube. A partir de sua passagem, tornou-se comum a ida do Cruzeiro ao mercado de atletas de países vizinhos para a formação do elenco. Apesar do legado deixado, Nico foi vítima de um complô interno que não mirava o técnico, mas o dono da SAF Ronaldo Fenômeno.
Após ter sido demitido do Leon, do México, Nico Larcamón, de 39 anos, um ex-atleta do Los Andes, de La Plata (ARG) e ex-arquiteto, assinou contrato de dois anos com o Cruzeiro, em 19/12/2023. Ele foi desligado do Leon, após a eliminação para o Urawa Reds, do Japão, no Mundial de Clubes de 2023. Larcamón havia conquistado a Liga dos Campeões da CONCACAF (Concachampions) de 2023 que deu direito ao Leon disputar o Mundial de Clubes no final do ano. Nico trabalhava como técnico no futebol mexicano desde 2021. Antes do Leon ele havia dirigido o Puebla entre 2021 e 22.
A escolha de Nico seguiu os critérios da SAF do Cruzeiro que norteavam as contratações de técnicos, desde o início da administração de Ronaldo Fenômeno: novo, estrangeiro e dentro da realidade financeira. Nico Larcamón trouxe os seguintes profissionais para formar a sua comissão técnica: Javier Berges e Damian Ayude (auxiliares), Juan Cruz Mónaco (preparador físico) e Miguelangel Leopardi (analista de desempenho).
Larcamón e Romero em treino no CT do Cruzeiro
Busca de atletas estrangeiros no mercado da América do Norte
Desde a sua chegada ao Cruzeiro, Nico recebeu apoio da diretoria de futebol do clube que atendeu as suas indicações de contratações de atletas. Assim, começou a chegar ao clube jogadores estrangeiros com passagem pelo futebol da America do Norte - a maioria atuando por clubes que disputavam a Liga dos Campeões da CONCACAF. Eles foram chegando no decorrer da disputa do Campeonato Mineiro, quando Larcamón começava a montagem de uma equipe ideal para o padrão de jogo que pretendia implantar.
O primeiro estrangeiro contratado foi o atacante argentino Dinenno. Ele estava no Pumas do México e foi adversário do técnico Nico Larcamón por três anos no futebol mexicano. O segundo gringo foi o volante argentino Lucas Romero, que atuou sob o comando de Nico na conquista da Concachampions pelo Leon. Romero havia tido uma passagem pelo Cruzeiro entre 2016 e 2019 e, por influência de Nico, retornou ao clube. O volante equatoriano Cifuentes, que atuou pelo Los Angeles Galaxy, dos Estados Unidos, na final da Concachampions, contra o Leon, também veio indicado por Nico.
No decorrer da primeira fase do Estadual veio o zagueiro argentino Villalba, que segundo Larcamón, tinha as qualidades que ele queria para a formação de uma linha com três zagueiros. Este foi o único que Nico não conheceu na América do Norte, pois o Cruzeiro foi o primeiro clube fora da Argentina que Villalba atuaria. O ponteiro Barreal, de 23 anos, que atuava pelo Cincinnati, dos Estados Unidos, foi contratado na reta final do Campeonato Mineiro e foi outro indicado por Nico. O técnico já o tinha visto jogar nos EUA e acreditava que Barreal tinha as características ideais para atuar na ala esquerda no esquema que pretendia implantar no Cruzeiro. Ele veio suprir a ausência do garoto Japa que vinha exercendo a função, mas que por motivo de lesão, ficaria afastado por meses em recuperação.
Ronaldo Fenômeno - dono da SAF do Cruzeiro e o técnico Nico Larcamón
Além dos gringos a diretoria cruzeirense trouxe o goleiro Léo Aragão e o atacante Gabriel Verón, além de acertar os retornos do zagueiro Zé Ivaldo e do atacante Rafa Silva. Assim, o elenco para 2024 foi reformulado e buscava apagar a péssima impressão deixada na campanha do Campeonato Brasileiro de 2023 (14o colocado), quando teve o pior ataque da competição com média de 0,9 gol por partida.
Melhor campanha no Estadual
Sob o comando de Larcamón o Cruzeiro teve um início promissor na disputa do Campeonato Mineiro. Além de liderar a primeira fase, o time derrotou (2-0) o Atlético, nos domínios do rival, logo na 3a rodada. No entanto, a primeira crise não demoraria a acontecer. Duas rodadas após a vitória sobre o Atlético, veio a primeira derrota (0-2) para o América, no Mineirão. Elementos ligados ao varejista Pedro Lourenço, dono da rede de supermercados BH, mantinham a campanha para desestabilizar a administração de Ronaldo frente a SAF do Cruzeiro. As milícias digitais unidas com a Galo Press continuavam agindo para tumultuar o ambiente e a relação de Ronaldo com a torcida cruzeirense.
Pedro Lourenço esteve ao lado de Ronaldo para convencer o Conselho do Cruzeiro a transformar o Clube em Sociedade Anônima do Futebol em dezembro de 2021. A grana de Ronaldo ajudou pagar as dívidas do Clube, enquanto o dinheiro de Pedrinho era usado nas contratações. No entanto, Pedrinho cada vez mais demonstrava o interesse em ser o dono total da SAF e tirar Ronaldo de seu caminho.
Pior vexame na Copa do Brasil
Na sequência veio a eliminação na primeira fase da Copa do Brasil. Não foi uma eliminação qualquer, mas a produção do maior vexame da história do clube na competição. A eliminação aconteceu na derrota (0-2) para o modesto Sousa (PB), da Série D do Campeonato Brasileiro, em partida única, na Paraíba, com o Cruzeiro jogando com a vantagem do empate. Uma eliminação para uma equipe da Série D já havia ocorrido, em 2021, na derrota (0-1) para o Juazeirense (BA). Mas, naquela edição o Cruzeiro estava na Série B e foi eliminado na terceira fase. Com a derrota o Cruzeiro deixou de receber cotas milionárias pagas pela CBF pela participação em cada fase da Copa do Brasil.
Contra o Sousa, alguns atletas, dentre eles o meia Matheus Pereira, atuaram de forma apática, sem espírito de competitividade. O Sousa criou as melhores chances na partida. O castigo veio nos minutos finais com dois gols em sequência. A atuação suspeita de alguns dos atletas deixou transparecer o desinteresse em vencer a partida.
O vexame histórico era tudo o que a milícia digital promovida por Pedro Lourenço necessitava. De forma suspeita, muitos desses perfis passaram a exigir a saída de Ronaldo e propor que a SAF fosse entregue a nada menos que ... Pedro Lourenço. A crônica esportiva desonesta - a Galopress - tratou de compartilhar essa sugestão como se fosse legítima de cruzeirenses.
Apesar da eliminação precoce na Copa do Brasil, o time comandado por Nico encerrou a primeira fase do Campeonato Mineiro com a melhor campanha e disputou as fases decisivas com a vantagem de resultados iguais (dois empates ou vitória e derrota pelo mesmo saldo de gols). Após passar pela Tombense na semifinal, o time enfrentou o Atlético na decisão do título.
Larcamón na decisão do Estadual no Mineirão
Técnicos argentinos na decisão do Estadual
Pela primeira vez na história do clássico, a decisão de título teve dois técnicos argentinos no comando das equipes. Pelo lado alvinegro, o técnico era Gabriel Milito (ex-zagueiro do Barcelona), que iniciou os trabalhos no Atlético há poucos dias da decisão. Ele foi contratado 10 dias antes para substituir Luiz Felipe Scolari, que foi demitido após a semifinal contra o America. O que pesou na decisão da diretoria rival foram as duas derrotas no clássico contra o Cruzeiro na Arena MRV, pelo Brasileiro de 2023 e pela primeira fase do estadual de 2024. O treinador carregava desconfiança da torcida atleticana por causa da sua relação histórica com o Cruzeiro, quando esteve no comando do time estrelado entre 2000 e 2001.
Recorde de estrangeiros em clássico decisivo pelo título mineiro
A outra característica dessa final foi o número de atletas estrangeiros em ambas as equipes. Pelo lado cruzeirense Villalba, Romero e Dinenno e pelo lado atleticano Saravia, Lemos, Zaracho e Battaglia. Todos argentinos à excessão de Lemos que é uruguaio. No decorrer do clásssico os técnico cruzeirense ainda utilizou o argentino Barreal e o equatoriano Cifuentes; e o atleticano colocou em campo o equatoriano Alan Franco e o chileno Vargas. Na suplência o Cruzeiro também tinha o zagueiro equatoriano Palacios que não foi utilizado. Assim, foram utilizados 11 atletas de quatro países estrangeiros (Argentina, Chile, Equador e Uruguai). É bom ressaltar que antes da chegada de Larcamón no Cruzeiro, o zagueiro Palacios era o único estrangeiro do elenco.
A outra característica dessa final foi o número de atletas estrangeiros em ambas as equipes. Pelo lado cruzeirense Villalba, Romero e Dinenno e pelo lado atleticano Saravia, Lemos, Zaracho e Battaglia. Todos argentinos à excessão de Lemos que é uruguaio. No decorrer do clásssico os técnico cruzeirense ainda utilizou o argentino Barreal e o equatoriano Cifuentes; e o atleticano colocou em campo o equatoriano Alan Franco e o chileno Vargas. Na suplência o Cruzeiro também tinha o zagueiro equatoriano Palacios que não foi utilizado. Assim, foram utilizados 11 atletas de quatro países estrangeiros (Argentina, Chile, Equador e Uruguai). É bom ressaltar que antes da chegada de Larcamón no Cruzeiro, o zagueiro Palacios era o único estrangeiro do elenco.
Apesar do Atlético ter um elenco com atletas menos qualificados, o Cruzeiro equilibrou as duas partidas da decisão. A primeira terminou empatada (2-2) na Arena MRV. O empate favoreceu o Cruzeiro que jogava por dois resultados iguais - direito conquistado por ter feito a melhor campanha na primeira fase. Nesta partida, um lance aos 78 minutos chamou a atenção da torcida cruzeirense. O meia Matheus Pereira perdeu um gol feito diante do goleiro Everson e isso reascendeu a desconfiança da torcida em relação ao jogador que era o atleta mais caro do elenco.
Ronaldo cede a pressão do "fogo amigo"
O equilíbrio permaneceu na segunda partida da decisão, no Mineirão. O Cruzeiro começou a frente no placar, no início do segundo tempo, mas não sustentou o resultado por muito tempo e sofreu a virada. Após a derrota (3-1) e a perda do titulo, Nico Larcamón foi demitido do cargo, após quatro meses. Para apoiar a decisão tomada, a milícia digital covardemente culpou Larcamon, de forma descabida, por uma substituição feita após o gol de empate (1-1) do Atlético. Ele substituiu o meia Mateus Vital, que apesar do gol, não fazia uma boa atuação, pelo zagueiro João Marcelo. Sempre a mesma análise imbecil de que técnico que tira atacante ou meia e coloca um zagueiro pretende retrancar o time. Uma análise pífia dos tempos do sistema tático WM.
O equilíbrio permaneceu na segunda partida da decisão, no Mineirão. O Cruzeiro começou a frente no placar, no início do segundo tempo, mas não sustentou o resultado por muito tempo e sofreu a virada. Após a derrota (3-1) e a perda do titulo, Nico Larcamón foi demitido do cargo, após quatro meses. Para apoiar a decisão tomada, a milícia digital covardemente culpou Larcamon, de forma descabida, por uma substituição feita após o gol de empate (1-1) do Atlético. Ele substituiu o meia Mateus Vital, que apesar do gol, não fazia uma boa atuação, pelo zagueiro João Marcelo. Sempre a mesma análise imbecil de que técnico que tira atacante ou meia e coloca um zagueiro pretende retrancar o time. Uma análise pífia dos tempos do sistema tático WM.
Quando o Atlético marcou o gol da virada, o lance surgiu num pênalti marcado pelo VAR, quando a partida seguia equilibrada. Foi num lance de azar do volante Lucas Silva. A bola resvalou em seu braço num cruzamento para a área de Igor Gomes, quando ele estava dentro da área. O terceiro gol veio nos acréscimos da partida em um contra-ataque, quando o Cruzeiro se lançou todo a frente em busca do empate.
Outro detalhe esquecido pelos pseudo-analistas é que Joao Marcelo foi o autor da assistência para o gol de empate do atacante Dinenno na primeira partida da decisão. O zagueiro também tinha a qualidade do passe e Dinenno quase não foi acionado por Mateus Pereira e os laterais William e Marlon que, estranhamente, foram blindados pelos perfis das redes sociais do grupo de Pedro Lourenço. O "fogo-amigo" se estendeu a Ronaldo para isolá-lo na SAF. Amparado por estes resultados negativos, o varejista Pedro Lourenço pavimentava o caminho para convencer Ronaldo a vender a SAF para o grupo dos Supermercados BH.
Lucas Villalba e Lucas Romero
Em sua curta passagem pelo Cruzeiro, Nico deixou outro legado para o clube que foram suas indicações para as contratações de Lucas Villalba e Lucas Romero. Ambos firmaram-se no time cruzeirense nas temporadas seguintes. Com Villalba como titular a defesa cruzeirense tornou-se sólida e mais segura e Lucas Romero tornou-se o estrangeiro com o maior número de partidas pelo clube, um dos melhores volantes no futebol brasileiro e um dos capitães da equipe. Por outro lado, os outros três estrangeiros (Cifuentes, Dinenno e Barreal) não seguiram no clube.
Todas as partidas do técnico Nico Larcamón pelo Cruzeiro:
24/01/2024 - Cruzeiro 2 x 1 Villa Nova - Campeonato Mineiro - Bonfim (Nova Lima)
27/01/2024 - Cruzeiro 1 x 1 Athletic - Campeonato Mineiro - Arena do Jacaré (Sete Lagoas)
03/02/2024 - Cruzeiro 2 x 0 Atletico - Campeonato Mineiro - Arena MRV
09/02/2024 - Cruzeiro 3 x 0 Patrocinense - Campeonato Mineiro - Mineirão
15/02/2024 - Cruzeiro 0 x 2 America - Campeonato Mineiro - Mineirão
18/02/2024 - Cruzeiro 3 x 1 Democrata GOV - Campeonato Mineiro - Mamudão (Gov. Valadares)
21/02/2024 - Cruzeiro 0 x 2 Sousa (PB) - Copa do Brasil - Marizão (Sousa, PB)
25/02/2024 - Cruzeiro 2 x 0 Pouso Alegre - Campeonato Mineiro - Parque do Sabiá (Uberlândia)
02/03/2024 - Cruzeiro 2 x 0 Uberlândia - Campeonato Mineiro - Mineirão
10/03/2024 - Cruzeiro 0 x 0 Tombense - Campeonato Mineiro - Parque do Sabiá (Uberlândia)
16/03/2024 - Cruzeiro 3 x 1 Tombense - Campeonato Mineiro - Mineirão
30/03/2024 - Cruzeiro 2 x 2 Atlético - Campeonato Mineiro - Arena MRV
04/04/2024 - Cruzeiro 0 x 0 Uni. Catolica (EQU) - Copa Sulamericana - Olímpico Atahualpa (Quito, Equador)
07/04/2024 - Cruzeiro 1 x 3 Atlético - Campeonato Mineiro - Mineirão
Retrospecto de Larcamón no Cruzeiro
Campeonato Mineiro: 12 partidas (7 vitórias, 3 empates, 2 derrotas)
Copa do Brasil: 1 partida (1 derrota)
Copa Sulamericana: 1 partida (1 empate)
Total: 14 partidas (7 vitórias, 4 empates e 3 derrotas)
Campeonato Mineiro: 12 partidas (7 vitórias, 3 empates, 2 derrotas)
Copa do Brasil: 1 partida (1 derrota)
Copa Sulamericana: 1 partida (1 empate)
Total: 14 partidas (7 vitórias, 4 empates e 3 derrotas)




Nenhum comentário:
Não é permitido fazer novos comentários.