CENTO E NOVE. Supervisor, diretor de futebol e técnico. Vicente de Paulo Lage (Itabira, MG, 10/06/1933). Disputou 6 partidas como técnico interino do Cruzeiro nos Campeonatos Mineiros de 1981 e 1990.
Cento e nove foi atleta do Valerio de Itabira (MG), nos anos 1950. Veio para o Cruzeiro, em janeiro de 1981, para ser o auxiliar técnico de Cláudio Garcia. Cento e Nove dirigiu o Valerio na campanha em que o time de Itabira se classificou como 5o colocado do Campeonato Mineiro de 1980.
Legião Estrangeira
Cento e Nove participou de um momento histórico na vida do Cruzeiro. Dirigiu, interinamente, três partidas do time que disputou o Campeonato Mineiro de 1981, que ficou conhecido como "Legião Estrangeira". Naquele Campeonato Estadual, o Cruzeiro rompeu uma tradição de 60 anos. Pela primeira vez, o time do Cruzeiro foi formado, em sua maioria, por atletas de outros estados. A oportunidade surgiu após a saída do técnico Procópio a duas rodadas do fim do turno da primeira fase do Campeonato Mineiro. O Cruzeiro estava na 3a colocação, com 11 pontos (três a menos que o líder Atlético que tinha um jogo a mais) e um ponto a menos que o Villa Nova. Cento e Nove comandou o time nas vitórias sobre o Villa Nova e o Tupi. Passou o cargo para Didi, recém contratado, com o time dividindo a liderança com América e Villa Nova, todos com 15 pontos. O Atlético caiu para a segunda colocação com 14. Retornou a função de auxiliar, após a contratação do técnico Didi.
Vitória histórica no clássico
Ainda no Campeonato Mineiro de 1981, Vicente Lage, o Cento Nove, voltaria a dirigir, interinamente, o time do Cruzeiro e foi com uma vitória histórica no clássico. Os clubes que disputaram o Campeonato Mineiro acordaram que a renda das partidas seriam do mandante. No clássico do turno da Primeira Fase em que o Cruzeiro foi o mandante, o Atlético anunciou que escalaria os reservas. A medida seria para prejudicar a renda que seria toda do Cruzeiro. Este clássico terminou empatado sem gols, em 28 de junho. No clássico do returno, em 11 de outubro, o Cruzeiro deu o troco e escalou os reservas. Até o técnico Didi foi afastado e o auxiliar técnico Cento e Nove foi indicado pela diretoria para dirigir o time. No entanto, os reservas venceram os titulares do Atlético por 1 a 0 e Cento e Nove participou dessa vitória que se tornou histórica.
Vicente Lage continuou como auxiliar técnico permanente do clube até 1983. Neste período trabalhou com Brito, Yustrich e Orlando Fantoni. Deixou o Cruzeiro para dirigir o Uberlândia no final do ano de 1983 na melhor fase da história do clube do triângulo mineiro.
Diretor de futebol
Retornou ao Cruzeiro, em 3/7/1989, desta vez, como diretor de futebol, em substituição a Ramon Salgado, que voltou a trabalhar como assessor. Sua contratação fazia parte da reformulação do departamento de futebol promovida pelo presidente Benito Masci. Cento e Nove era técnico do Democrata de Sete Lagoas (MG) e ainda dirigiu a equipe até o fim do estadual de 1989 antes de assumir o cargo de supervisor no Cruzeiro.
Campeão Mineiro de 1990
Teve uma segunda passagem como técnico interino do Cruzeiro, durante a disputa do Campeonato Mineiro de 1990. Após a derrota por 2-0 para o Uberaba, pela 5a rodada do 1o turno, o técnico Duque, contratado no início do ano, deixou o cargo com o Cruzeiro na 3a posição com 6 pontos. Os lideres América e Atlético somavam 8 pontos e o vice-líder Valerio contava com 7 pontos. Outros 5 times (Fabril, Rio Branco, Caldense, Uberlândia e Democrata de Sete Lagoas) também somavam 6 pontos e dividiam a 3a colocação com o Cruzeiro. O supervisor Cento e Nove foi designado para assumir interinamente a equipe, enquanto a diretoria cruzeirense tentava acertar o retorno de Ênio Andrade, que havia feito uma ótima campanha dirigindo a equipe no Campeonato Brasileiro de 1989.
Sob o comando de Cento e Nove, o time venceu a Caldense e o Uberlândia e empatou com o Pouso Alegre. Entregou o cargo para Ênio Andrade com o time na vice-liderança com 11 pontos (junto com Rio Branco e América) e a dois pontos do líder Atlético. Desta forma, Cento e Nove realizou uma campanha invicta nas duas oportunidades como técnico interino do Cruzeiro. Mais do que isso, participou ativamente da campanha do título estadual de 1990. Em julho, após a demissão de Ênio Andrade, foi para o América.
Campeão da Supercopa de 1991 como supervisor
Retornou, em junho de 1991, novamente para assumir o cargo de supervisor. Participou da comissão técnica campeã da Supercopa de 1991 - um título internacional que o clube não conquistava há 15 anos - desde o título da Libertadores de 1976. Após a demissão do técnico Ênio Andrade, deixou o cargo de supervisor em abril de 1992.
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