sábado, 4 de fevereiro de 2023

DINEI - atacante do Cruzeiro Campeão Mineiro de 1996


DINEI. Centro avante. Claudinei Alexandre Pires (São Paulo, SP, 10/09/1971). Disputou 40 partidas oficiais e marcou 8 gols entre 1995/96, além de 2 amistosos. Campeão da Copa Ouro de 1995, Campeão da Copa Master da Supercopa de 1995 e Campeão Mineiro de 1996. 
Em seu primeiro ano de gestão, o presidente Zezé Perrella contratou 11 atletas pro início da temporada de 1995 (Estadual e Copa do Brasil). Foi uma medida inédita na história do clube. Por motivos diversos, à exceção do atacante Marcelo Ramos, nenhum se firmou. Dinei foi um dos contratados, junto com Marcelo Ramos, Odemilson, Júnior, Sandro, Tiganá, Luiz Fernando Gomes, Maurício, Missinho, Pingo e Serginho. Apesar do fracasso, os pacotes de contratações de temporada continuam acontecendo até os dias atuais.
O atacante Dinei chegou do Grasshopers da Suíça, em 16/2/1995, e custou US$ 330 mil. Começou sendo o reserva imediato de Marcelo Ramos e Cleison. E foi numa das vezes que substituiu Marcelo, que Dinei marcou sua passagem pelo Cruzeiro. Na segunda partida decisiva da Copa Master, no Mineirão, o técnico Carlos Alberto Silva substituiu Cleison por Dinei no intervalo. Ainda no início do segundo tempo, o meia Luiz Fernando Gomes sofreu uma lesão no joelho e como o Cruzeiro já havia processado as duas alterações permitidas no intervalo, o meia-esquerda permaneceu em campo "fazendo número". Em vantagem numérica, o Olimpia envolveu o Cruzeiro e passou a criar chances de gol, mas Dinei recebeu uma bola em contra-ataque e foi derrubado na área. O árbitro assinalou o pênalti que foi convertido por Marcelo e o Cruzeiro conseguiu com 10 em campo segurar o resultado de 1-0 até o final e levou o título da Copa Master da Supercopa. 
Após a partida contra o Olimpia, Dinei ganhou a vaga de titular de Cleison e fez contra o Atlético, pelo Campeonato Mineiro, uma de suas melhores exibições. O Cruzeiro venceu por 2-1 e Dinei ganhou, definitivamente, a admiração da torcida. No entanto, quando atravessava a sua melhor fase, deixou o campo na partida contra o Flamengo, pela Copa do Brasil, no Mineirão, em 10/5/1995, após sofrer uma grave lesão no joelho direito que o deixou três meses afastado do futebol. 
Retornou ao time, em agosto, já na primeira rodada do Campeonato Brasileiro, mas como reserva. Isto porque o time recebeu os reforços de Paulinho McLaren contratado ao Santos e o retorno de Roberto Gaúcho que estava emprestado ao Racing da Argentina. O Cruzeiro já trocado Carlos Alberto Silva por Ênio Andrade, que passou a utilizar Dinei na vaga de Roberto Gaúcho no decorrer das partidas.

A polêmica Copa Ouro
No entanto, mesmo na condição de reserva, Dinei voltou a ser decisivo. Na primeira partida pelas quartas de final da Supercopa, contra o São Paulo, no Mineirão, o São Paulo abriu o placar aos 8 minutos e, a partir daí, a partida seguiu com lances violentos. O polêmico árbitro Wilson de Souza Mendonça fazia vistas grossas. Aos 39 minutos, ele deixou de punir com cartão o zagueiro Rogério Pinheiro do São Paulo, que vinha de uma sequência de duas expulsões pelo Campeonato Brasileiro, após cometer uma falta violenta sobre o zagueiro Rogério do Cruzeiro. No lance seguinte, Rogério revidou e o árbitro lhe deu cartão vermelho. Na sequência, o árbitro deu cartão vermelho para o zagueiro Vanderci, por reclamação. A partida prosseguiu, mas aos 43', o árbitro deu cartão vermelho para o volante Fabinho e para o atacante Marcelo Ramos, por reclamação. Com 7 contra 11 o Cruzeiro conseguiu segurar o resultado de 0-1 até o intervalo. O técnico Ênio Andrade processou três substituições e uma delas foi a saída de Dinei para a entrada do lateral Serginho. O meia-esquerda Luiz Fernando Gomes substituiu Alberto e o outro Luiz Fernando substituiu Alberto. No início do segundo tempo, Luiz Fernando Gomes caiu em campo e o departamento médico do Cruzeiro alegou que ele não teria condições de prosseguir jogando. Como a regra não permite que uma partida prossiga com um mínimo de 7 atletas numa equipe, o árbitro Wilson Mendonça foi obrigado a encerrá-la. O resultado de 1-0 para o São Paulo foi mantido. O Cruzeiro foi acusado de cai-cai para evitar uma goleada com 4 a menos em campo. O técnico Ênio Andrade contestou sobre a desconfiança da imprensa de que Luiz Fernando Gomes havia simulado a lesão pra que a partida se encerrasse dizendo: "a dor é subjetiva".
Os confrontos contra o São Paulo também foram válidos pela Copa Ouro - competição que reunia os últimos campeões da Libertadores, Supercopa, Copa Conmebol e Copa Master da Supercopa. Os times argentinos, Velez (campeão da Libertadores) e Independiente (campeão da Supercopa) desistiram da disputa. Como o Cruzeiro (campeão da Copa Master) e São Paulo (campeão da Copa Conmebol) se enfrentariam pelas quartas de final da Supercopa, a Confederação Sulamericana aproveitou para colocar a taça em disputa. 
Na partida da volta, no Pacaembu, o Cruzeiro atuou com uma equipe desfalcada e modificada contra o São Paulo. Dinei substituiu o meia paraguaio Sotelo, recém contratado, no intervalo e mudou a história da partida. Além de marcar o gol da vitória por 1-0 aos 58 minutos, foi dele o passe para o gol de letra marcado pelo atacante Paulinho McLaren no último minuto da partida que foi, erroneamente, anulado pela arbitragem que alegou que a bola havia transposto a linha de fundo. No entanto, as imagens da TV comprovaram que a bola estava dentro de campo. A classificação para a próxima fase da Supercopa e o título da Copa Ouro foi decidida na disputa de tiros livre e o Cruzeiro superou o São Paulo por 4-1.
Mas, pouco depois, Dinei voltou a se lesionar e, desta vez, no joelho esquerdo, na partida contra o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro, em 19/11/1995, que o afastou do futebol até o fim do ano. 
Na temporada de 1996, o Cruzeiro estava sob o comando do técnico Levir Culpi e Dinei foi pouco aproveitado. Foi desligado do elenco, em 11/3/1996, após desentender-se com o preparador físico Odilon Guimarães e foi emprestado ao Guarani (SP), em 26/3/1996, por R$ 40 mil. Após o Guarani não pagar o valor, foi repassado ao Coritiba, em 7/8/1996. Um exame antidoping na partida contra o Juventude, em 11/8/1996, constatou a presença de cocaína em sua urina. O atleta admitiu ter feito uso de cocaína numa festa em S. Paulo. Foi suspenso por 240 dias. Foi negociado ao Guarani (SP), em 15/5/1997, por R$ 200 mil.

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